5 Mitos mais comuns sobre a mentalidade de Growth nas empresas
Alguns insights sobre o que é a cultura de Growth nas empresas, erros comuns e como podemos cultivar essa mentalidade na equipe!
Antes de falar dos erros comuns é interessante entender de onde veio essa mentalidade de crescimento. Nos anos 70, a psicóloga Carol Dweck começou estudando como as crianças lidavam com o fracasso.
Ao longo dos anos ela desenvolveu diversas teorias com adultos e começou a identificar duas maneiras que as pessoas lidam com o fracasso.
Pessoas que enxergam um talento como algo binário, que temos ou não temos, são conhecidos como pessoas de “fixed mindset“ ou mentalidade fixa em uma tradução livre.
O outro tipo são as pessoas que apreciam desafios, se esforçam para aprender e consistentemente enxergam potencial para desenvolver novas habilidades.
Esses conceitos são do livro Mindset de 2006 e já vendeu mais de 800 mil cópias no mundo. Por conta disso a mentalidade de growth foi para a área da educação, esportes e consequentemente para os negócios.
Agora, o maior desafio é como passar dessa mentalidade individual para um grupo, como podemos cultivar uma equipe ou empresa com uma mentalidade de growth? Se conseguirmos, quais são os efeitos na empresa e nos colaboradores?
Em uma pesquisa feita com empresas Fortune 1000, conseguimos identificar insights que podem te ajudar na hora de aplicar esse conceito na sua empresa.
Enfatizar a mentalidade de crescimento foi importante para a implementação na empresa. Ao invés de focar no output, no resultado do talento, o foco vai para o esforço nos processos. Pode parecer algo simples, mas celebrar o esforço no lugar das conquistas em si gerou uma grande diferença no clima da empresa.
Na hora de contratar, perguntas comportamentais de como o candidato lidou com desafios foi uma das melhores ferramentas para identificar qualidades que indicavam essa mentalidade de crescimento.
Quando empresas mudaram para uma nova cultura, muitos colaboradores não encaixaram na cultura nova e alguns saíram. Mas a formalização dessa cultura melhorou e acelerou o procecesso de inovação.
Esse post é uma curadoria do post original em inglês, que você pode ler aqui, combinado com um pouco da nossa visão e experiência sobre o tema.
Esse é um conteúdo da categoria de Leadership, que é um pouco diferente do lado mais business, mas esses assuntos de carreira, visão de mundo e a perspectiva mais humanas são essenciais.
Membros de uma empresa com uma mentalidade de growth são:
47% mais suscetíveis a dizer que seus colegas são confiáveis;
34% mais suscetíveis a ter um sentimento de dono e comprometimento com a empresa;
65% mais suscetíveis a dizer que a empresa apoia a tomada de riscos;
49% mais suscetíveis a dizer que a empresa cultiva inovação.
Quando esses conceitos são usados de maneira errada, mitos são criados sobre a cultura de growth que mais atrapalham do que auxiliam as empresas:
Mito #1: A mentalidade de Growth significa se esforçar para alcançar crescimento do negócio.
Estudos da Harvard Business Review mostram que uma das descobertas é que muitos líderes acreditam que essa mentalidade significa manter o foco no lucro. Quando, na realidade, é a mentalidade de que a melhoria contínua é possível e falhas são oportunidades de aprendizado. É muito maior do que aumentar somente a receita da empresa.
Mito #2: Negócios, ao invés de pessoas, não podem ter uma mentalidade de Growth.
Muitos ainda acreditam que o growth é uma postura individual, uma vez que as empresas não conseguem “pensar“ sobre sua performance e potencial. Já que todas as empresas são formadas de pessoas, pelo menos até o momento, cultivar uma cultura de Growth na empresa faz com que hábitos e práticas comuns sejam criadas para que o ambiente da empresa esteja preparado para o crescimento.
Sem indivíduos com essa mentalidade é impossível que a empresa seja focada em Growth. Quando poucos membros do time acreditam nisso, a empresa não está comprando essa crença.
Mito #3: O crescimento é ilimitado – ou qualquer um pode se tornar um cantor de ópera.
Todo mundo já ouviu uma frase motivacional parecida com essa “Qualquer um pode fazer o que desejar, desde que se dedique“. Esse sentimento de “invencibilidade” na verdade mais atrapalha do que ajuda, uma vez que pode distrair a pessoa do que ela foi designada para fazer.
Por mais irônico que seja, esse tipo de atitude geralmente gera mais confusão e falta de motivação. As pessoas deveriam ser incentivadas a se desenvolverem em áreas específicas e de maneira prática.
Mito #4: A mentalidade de Growth é binária.
Ainda é comum acharem que que Growth é algo que temos ou não temos nas nossas empresas. Mas a realidade é que ninguém tem só uma filosofia ou mentalidade.
Podemos ter áreas que acreditam nessa filosofia, áreas geralmente mais disruptivas como desenvolvimento, comunicação e atração de clientes. Enquanto outras áreas tendem a continuar com “o jeito de sempre”, que infelizmente ainda hoje é muito atreladas as áreas financeiras, por exemplo.
O ponto principal é que independente da área de atuação da empresa ou do departamento, é possível adotar uma postura de Growth, na qual o objetivo é encontrar otimizações e aumentar a eficácia dos processos.
Mito #5: A mentalidade de Growth significa manter uma atitude positiva, independente da situação.
Ainda ouvimos muito sobre líderes que utilizam do Growth como desculpa para dizer que mesmo com pouco orçamento precisamos fazer entregas grandiosas.
Quando usamos dessa mentalidade para abafar a falta de recursos, não significa que vamos obter resultados, parece óbvio, mas acontece com mais frequência do que imaginamos.
Nenhuma empresa tem recursos ilimitados e é nossa capacidade de pensar em novas soluções que nos faz criar inovações e maneiras criativas de resolver problemas. Mas não significa que vamos tirar valor do nada.
O que a mentalidade de Growth realmente significa
O mundo dos negócios é algo que está sempre em constante mudança, estudos mostram que a natureza do trabalho e os modelos de liderança sugerem que a mentalidade de Growth se torne cada vez mais comum para as organizações.
Entretanto, conseguimos identificar que existem empresas e segmentos que precisam caminhar muito para se adaptar e começar a se atualizar para criar essa cultura entre todos os colaboradores.
O primeiro passo deve ser como definir essa mudança com clareza. Novamente, definimos Growth como a crença de que habilidades podem ser aprimoradas e que desenvolver essas habilidades também faz parte do propósito do trabalho que estamos realizando.
Uma cultura que cultiva essa mentalidade deve ser um local no qual as pessoas são vistas como indivíduos com potencial. Agora, de que adianta contratar potencial, se o ambiente e a liderança não são adequadas?
Uma empresa que proporciona autonomia é um ambiente ideal para encorajar o desenvolvimento das pessoas. Riscos e falhas fazem parte do processo e, tomadas as devidas precauções, devem ser incentivados para reconhecer e recompensar os indivíduos que se mantém tentando se desenvolver e resolver os problemas da empresa independente da situação.
Cultura não é algo que muda ou é criada do dia para a noite e isso deve ser considerado ao cultivar o Growth na sua empresa. Líderes deveriam assumir um papel de desenvolver o potencial das pessoas e, infelizmente vemos muito mais chefes que líderes.
Guiar conversas ao redor de problemas, identificar se os membros da equipe enxergam fracassos e ameaças como oportunidades, podem ser um ótimo ponto de partida para avaliar se a sua equipe têm essa mentalidade!
No longo prazo, erros, falhas e ameaças servem como bagagem para resolver problemas cada vez mais complexos e no final do dia, a adaptação à novos cenários é a característica que mantém negócios vivos.