Aprendizado Acelerado: Como aprender mais rápido e lembrar mais 🧠
Alguns insights sobre a filosofia e práticas da aprendizagem para sempre aprender cada vez mais!
A B2B surgiu de uma vontade de compartilhar o que aprendemos na prática e o modelo de aprendizagem 70/20/10 faz muito sentindo para nós, enquanto comunidade.
Aprendemos 70% por prática, executando no dia a dia; 20% de forma informal, aprendendo com a experiência dos outros, por exemplo; e por fim, 10% de maneira formal, em cursos, universidades e etc.
Cada um de nós aprende de maneira diferente e podemos treinar nosso cérebro para absorver mais conhecimento, entendendo como é o nosso processo de aprendizagem. O importante é manter a filosofia de ser um eterno estudante!
Essa filosofia também pode ser vista como o conceito de lifelong learning (aprendizado ao longo da vida), que está ficando cada vez mais conhecido e o objetivo dele é basicamente estudar para sempre melhorar. A melhor abordagem que podemos adotar para manter essa filosofia é encontrar algo que nos faça ir para cama com um pouco mais de conhecimento do que ontem.
“Deveríamos ir para a cama mais inteligentes do que quando acordamos.”
— Charlie Munger, investidor e empresário americano.
Essa nossa capacidade de adaptação é o que nos mantém vivos, tanto biologicamente quanto na vida e no trabalho. Todos conhecemos aquela pessoa que não se adapta às mudanças do trabalho e parece que está caminhando na direção oposta da empresa.
Também corremos o risco de estagnar nosso conhecimento, já que não absorvemos novas ideias e informações de forma passiva. Aprender algo novo precisa de engajamento e faz parte do dia a dia de alguém que busca sempre melhorar e ter maestria no que faz.
Por que somos ruins em aprender?
O maior inimigo nesse processo de aprendizagem é o que achamos que sabemos. Quando achamos que sabemos de algo, aprender algo novo significa que temos que mudar de ideia, então muitas vezes pode parecer que não tem espaço para ideias novas. E é assim que ficamos presos, quando perdemos a curiosidade por saber mais, ou quando nosso ego insiste que sabemos de tudo.
Para fugir dessa armadilha, o primeiro passo é reconhecer que não sabemos de tudo e realmente fazer algo para mudar, afinal 70% do aprendizado parte da ação e saindo da inércia.
Esse post é uma curadoria do post original em inglês, que você pode ler aqui, combinado com um pouco da nossa visão e experiência sobre o tema.
São alguns insights sobre como aprendemos e algumas coisas que podem nos ajudar tanto na perspectiva de mentalidade, quanto na prática!
Esse é o primeiro conteúdo da categoria de Leadership, que é um pouco diferente do lado mais business, mas esses assuntos de carreira, visão de mundo e coisas mais humanas são um lado muito importante.
Muitas vezes temos dificuldade em aprender simplesmente porque esperamos que seja fácil. A realidade é que se desejamos aprender algo para não esquecermos mais, não existe uma maneira rápida e fácil. Todos aqueles atalhos podem funcionar até certo ponto, mas estamos realmente aprendendo?
Aprender exige tempo para refletir, exige discussões sobre o que aprendemos e precisamos deixar nossa mente processar o aprendizado de forma consciente e inconsciente.
Vivemos em um mundo de informações abundantes, cheio de blogs e vídeos prometendo que podemos aprender um novo idioma em uma semana, que podemos aprender a escrever códigos em um mês e por aí vai essa lista infinita.
Aprender não é sobre saber uma nova informação por um dia. A sabedoria real que nos permite criar, inovar e ultrapassar os limites.
Mais um fator que dificulta no processo de aprendizagem é o foco. Da mesma maneira que um dos recursos de maior valor na internet é a atenção, foco sozinho poderia ser um post a parte por causa do seu impacto.
Nossa atenção é constantemente disputada por notificações do celular, emails e quaisquer outros estímulos que temos ao longo do dia.
Aprender exige foco, quando temos distrações, novas informações dificilmente vão se fixar na sua mente. Não é a toa que consciência, mindfulness (atenção plena em uma tradução livre) e todas essas práticas estão sendo cada vez mais discutidas.
Foco em si pode ser considerado uma arte, por meio de experimentação e criatividade, criamos sistemas e métodos para nos proporcionar atenção plena em qualquer coisa que estamos aprendendo.
Aprendizagem acelerada não quer dizer que não vamos ter trabalho e esforço. É possível encontrar maneiras de aprender que nos oferecem resultados tangíveis, ao invés de perder tempo ou não chegar a lugar nenhum lendo 5 artigos por dia por exemplo.
Essa é a nossa filosofia, encontrar o que funciona em nossas rotinas e partir para ação!
Aprender é difícil, mas isso não significa que não podemos aproveitar o processo!
É esse processo de esticar nossos limites que nos proporciona melhorar e conquistar maestria do que estamos fazendo. Deliberate Practice (prática deliberada) é um tipo de prática sistemática e com propósito, é esse o tipo de prática que precisamos para alcançar maestria e expertise no que queremos!
Quando estamos fora da nossa zona de conforto intelectual é quando temos a melhor experiência para aprender. Quando erramos em algo importante, não parece que lembramos daquilo para sempre? É essa a necessidade de ter dificuldades para aprendermos, ela realmente nos obriga a “bater a cabeça“ para entendermos coisas novas.
Ninguém gosta de parecer burro, mas não podemos deixar os erros nos impedirem de aprender mais.
Fontes de aprendizado
Dentre diversas teorias, acreditamos bastante no modelo do Center for Creative Leadership, que também é conhecido por 70:20:10. O modelo basicamente apresenta que aprendemos 70% por nossa própria experiência, 20% pela história e experiência dos outros e 10% de maneira formal, por meio de cursos, livros e certificações, por exemplo.
Aprendendo com o passado
Estudar o que outras pessoas já passaram pode nos ajudar, porque conseguimos aplicar esses conhecimentos no presente. Uma vez que a história tem a tendência de se repetir, muitos dos problemas que temos hoje, podem ter sido resolvidos em outras situações.
O risco de aprender com o passado é que o conhecimento evolui ao longo do tempo. Muitas coisas que funcionam hoje, podem mudar no futuro. Conceitos e metodologias de 50, 10, 5 anos atrás já foram substituídas por novas e muitas delas ainda vão mudar.
Áreas como medicina e tecnologia tem alguns conhecimentos de vida útil bem curta, uma vez que são áreas que evoluem e avançam muito rápido.
Achar que chegamos no auge de algum conhecimento, ou que qualquer coisa que aprendemos será verdadeiro para sempre, é uma das piores armadilhas que podemos cair.
Aprendendo com experiência e reflexões
Quando continuamos repetimos os mesmos erros, estamos usando um ciclo único de aprendizado e sabemos que ele não nos leva muito longe.
Um ciclo duplo de aprendizado é uma maneira de manter nossas opiniões e ideias atualizadas, em resposta para novas evidências e experiências. Quando “aprendemos com erros”, estamos refletindo sobre as experiências, coletando novas informações e fazendo um esforço real para procurar feedbacks.
Essas reflexões nos permitem transformar experiências em aprendizado. Não seja só o responsável por executar, mas pense sobre o que foi feito.
Pessoas com capacidade alta de entrega fazem ajustes baseados nos sucessos e nos fracassos.
Aprenda melhor
Para não sair daqui só na teoria, existem duas teorias que podemos começar a usar depois de acabar de ler esse post!
Técnica de Feynman
Escolha um conceito que deseja aprender.
Pense que está ensinando uma criança de 11 anos. Escreva suas explicações ou diga em voz alta.
Identifique os “furos” do seu entendimento do assunto, que provavelmente vão surgir quando você tentar simplificar o conceito. Volte aos seus materiais de estudo para buscar as informações.
Revise e simplifique sua explicação novamente.
Parece trivial, por que funciona? Escrever um conceito para que uma criança entenda nos obriga a entender um assunto em um nível mais profundo. Muitas vezes usamos palavras complexas e jargões para esconder o que realmente não entendemos. Essa técnica mostra nosso verdadeiro entendimento do assunto.
De forma parecida, fazer perguntas melhores também é um caminho mais rápido para aprender. As perguntas mais triviais que uma criança faria, muitas vezes são as que mais nos ensinam, porque necessitam de explicações que se aprofundam nos detalhes.
Como sabemos se realmente aprendemos um novo conceito? O Feynman propõe outro teste, tente refrasear na sua própria linguagem sem usar o nome do conceito. Tente explicar, por exemplo, o que permite um cachorro correr sem utilizar a palavra “energia“.
Cadência de Repetição
Memorização não garante o aprendizado, lembra quando era necessário decorar alguma fórmula e no dia seguinte já haviamos esquecido dela?
Uma das chaves para um aprendizado efetivo é a repetição espaçada, uma técnica que funciona de uma maneira na qual seu cérebro deixa de descartar as informções e naturalmente guarda elas.
A cadência de repetição envolve revisar as informações em intervalos que aumentam cada vez mais com o tempo.
Uma vez que aprendemos algo, a tendência é que gradualmente vamos esquecendo e essa é uma técnica que evita que essa informação se perca com o tempo.
Usando a repetição espaçada, nós lembramos da informação diversas vezes no começo e gradualmente precisamos de menos lembretes para puxar aquela mesma informação.
A maestria da memória vem da repetição de exposição a novos conteúdos. Para aprender alguma coisa, precisamos recuperar as informações da memória de novo e de novo. É essa recuperação que faz as informações se fixarem ainda melhor que revisitar os conteúdos do material original.
Bônus: Testamos por aqui
🧠 “Como lembrar do que você lê?”
O vídeo que traz algumas reflexões sobre como consumimos as coisas e muitas vezes nem lembramos do que acabamos de consumir.
Se você pegar os últimos livros que leu, consegue dizer quais são as 5 ideias principais?
No vídeo ele apresenta a metodologia que o Ryan Holiday, como autor, usa para ler e assimilar as principais ideias dos livros que ele consome.
As 3 ações são: escrever notas das coisas que você considera importante enquanto lê; após terminar de ler o livro, revisitar todas as suas notas e escrevê-las em outro lugar e; por fim, pegar essas notas escritas e categorizá-las.
🖋️ Ele faz essa anotação por cartões e categoriza elas, porque é importante pegar essas ideias para usar nos livros e textos dele, mas nós podemos usar essas anotações de outra maneira para tirar mais valor das informações que consumimos.
Um livro sobre hábitos por exemplo, é possível anotar como vamos vai criar um hábito novo ou como vamos nos livrar de um hábito ruim.
O principal valor de usar um sistema assim é transformar o que você leu em algo prático, uma vez que acabamos lendo ou consumindo o conteúdo e depois não fazemos mais nada com ele.
O fato de adicionar uma ação aumenta muito mais a sua habilidade de absorver e aprender com as informações.
Acabei de aplicar esse sistema lendo o livro "Pense de novo" do Adam Grant e o resultado foram 6 páginas de anotações em um caderno. O tempo para ler foi maior por conta das anotações, mas sinto que as ideias do livro estão bem claras. Ainda depois de algumas semanas, as ideias do livro aparecem nos meus pensamentos.
Já fica a recomendação se achar que precisa de um incentivo para começar!