Já pensou em ter um Segundo Cérebro?
O Segundo Cérebro é um sistema para manter informações relevantes e liberar nosso cérebro para fazer o que ele faz de melhor, ser curioso e ter ideias.
O que é o Segundo Cérebro?
De acordo com um estudo da Universidade da California, nós consumimos cerca de 34 gigabytes de informação diariamente. Isso é equivalente a informação suficiente para 174 jornais ou 100 mil palavras escutadas ou lidas no dia (para referência o Hobbit da J.R.R Tolkien tem 95 mil palavras).
O fato é que estamos sobrecarregados de informação e nosso cérebro não tem capacidade de guardar todas elas. Então, quando queremos lembrar de algo interessante de um livro, série, podcast ou qualquer outra mídia, é interessante ter algum recurso para poder lembrar dessas informações importantes.
Como surgiu essa ideia?
A história que começou o Segundo Cérebro é que o Tiago desenvolveu uma doença misteriosa na garganta que causava muita dor e desconforto.
Os médicos não chegavam em um consenso e todos os medicamentos que ele tomou para amenizar a dor acabou com efeitos colaterais, principalmente com perda de memória no curto prazo.
O Segundo Cérebro surgiu com ele coletando informações de outros pacientes com a mesma condição, anotando as consultas nos médicos e fazendo sua própria pesquisa sobre a condição.
Depois de criar esse sistema de anotações, ele começou a sentir que o resultado era uma visão mais clara da situação. Ao estudar os materiais, conseguiu montar uma série de exercícios e técnicas que fizeram com que ele entendesse a causa do problema que estava experienciando.
Esse é um resumo da história que deu origem ao Segundo Cérebro, esse é o link para a história completa.
O ponto da história é que esse sistema surgiu de algo muito pessoal, da mesma maneira que nossos motivos para querermos aumentar nossa produtividade também são pessoais.
Durante períodos ruins e de incerteza, o Segundo Cérebro é uma das maneiras de estar presente e de viver um dia de cada vez.
Para que serve?
Para quem está diretamente conectado com algum tipo de trabalho criativo, o motivo é mais fácil de entender.
Um escritor pode usar essas informações para entender sobre o que escrever a seguir, artistas, comediantes e a lista de trabalhos criativos continua. O Segundo Cérebro vira uma fonte de informações de coisas que vamos efetivamente fazer.
Um exemplo prático é o que fazemos por aqui, a B2B precisa ter informação suficiente para entender quais são os próximos conteúdos, o que vai ser postado nas redes sociais.
Mas e se um trabalho criativo não for o seu caso?
No mundo que vivemos hoje, todos os trabalhos envolvem conhecimento.
“Um trabalho é simplesmente mover matéria acima da superfície da Terra. Ou simplesmente, pedir para outras pessoas moverem essa matéria.”
Bertrand Russel
Em termos menos abstratos, quase todos os trabalhos podem ser definidos como a entrada de informações, o processamento delas e um resultado.
É a partir desse modelo que o Segundo Cérebro passa a ser uma ferramenta útil para diversas profissões e para projetos pessoais.
Como funciona a metodologia?
Composta por 4 passos, a metodologia tem o acrônimo CODE: Capture, Organize, Distill e Express. Ou Coletar, Organizar, Sumarizar e Aplicar (convenhamos que COSA não fica muito bonito).
Uma boa coleta de informações facilita a organização e sumarização, que por sua vez, melhora a habilidade de transformar esses insights em algo prático.
Coletar
Quando consumimos conteúdo e queremos guardá-lo para outro momento acabamos anotando ele de alguma maneira, encaminhando aquela newsletter para nosso email, anotamos ideias em um documento de Word, escrevemos na margem dos livros e por aí vai.
Isso se torna um problema no momento que queremos puxar essas informações para, de fato, usá-las.
Centralizar as anotações é o primeiro passo para facilitar a visualização das informações.
Aplicativos como o Notion, Evernote e OneNote mantém todas as anotações, links, screenshots e qualquer outro anexo em uma só plataforma que salva e sincroniza com todos os nossos dispositivos.
Não devemos sair salvando todos os conteúdos, uma boa prática é salvar e anotar apenas o que nos faz refletir.
Não precisamos fazer uma biblioteca de conteúdos que não vamos usar no futuro, por isso anotar apenas o que ressoa conosco é uma maneira de manter o foco no que realmente vai servir para nós.
Organizar
Se não conseguimos buscar nossas notas, passamos muito tempo procurando por elas ou até mesmo começamos do zero por não encontrá-las.
Ao centralizar nossas anotações é importante que todas as ferramentas estejam sincronizadas, assim a busca por essas informações fica mais simples.
De que adianta ter anotações sobre um projeto novo sendo que não conseguimos nem achar o que queremos?
A maneira mais comum que geralmente encontramos é organizar as informações por tópicos (web design, vendas, psicologia, marketing…).
Mas ao invés de criar pastas e pastas de tópicos diferentes, que eventualmente caem no esquecimento, que tal tentar organizar as informações por aplicabilidade?
Isto é, organizar as anotações por necessidade de quando vamos precisar delas. De acordo com nossos objetivos atuais, quais são as anotações mais relevantes para esse momento?
Caímos no vício de salvar alguma coisa “para depois” e são essas anotações que acabam no limbo.
Como vamos organizar essas informações pode ser uma tarefa difícil para quem passa horas e horas configurando uma ferramenta nova, por isso vamos apresentar o PARA.
As áreas da empresa não são datadas, mas dentro delas existem diversos projetos, ou iniciativas, que possuem prazo e objetivos para serem alcançados.
Para cada um desses projetos entram todos os recursos, que salvamos no primeiro passo de coletar informações.
Tudo que não tem aplicabilidade entra no arquivo, que são todos os itens inativos das outras 3 categorias.
Sumarizar
Situação #1: Você acabou de ler um artigo sobre como fazer alguma coisa e pensa “em algum momento isso vai ser útil”. Quando esse momento chega, precisa ler o artigo inteiro de novo.
Situação #2: Você pega um caderno, vê várias anotações na sua letra e pensa “O que isso significa? Parece importante, mas não tenho ideia do que seja.”
Parece familiar? Essas situações representam sinais comuns de que o conhecimento que estamos consumindo não está “viajando no tempo” junto conosco.
Quando coletamos informações e sumarizamos elas da maneira correta, é muito mais simples de perceber do que se trata somente batendo o olho na anotação.
A ideia da sumarização é transformar o conteúdo que consumimos em algo prático, cada nota que criamos deve passar por um “processamento”.
O conteúdo original, um livro por exemplo, tem diversas partes interessantes que vamos grifar e dar destaque. A partir desses destaques conseguimos escrever como aquilo pode se aplicar em um contexto de nossas vidas e por fim conseguimos transformar esses conteúdos em algo aplicável no nosso trabalho ou projeto pessoal.
Esse processo precisa envolver dois aspectos: Compressão, porque quando precisarmos desse conteúdo ele deve ser fácil de encontrar; Contexto, é o que mostra o entendimento que obtivemos daquele conteúdo.
Como existe uma tensão entre os dois, temos que tentar manter um equilíbrio para que nossas notas não sejam nem enormes quanto o conteúdo original, nem pequenas a ponto de não entendermos do que se trata.
Aplicar
A ideia de todo esse processo é conseguir transformar nossas ideias em algo prático. Transformamos as notas e conhecimentos em algo que agregue valor para as pessoas ao nosso redor.
“Mas eu não produzo conteúdo, não escrevo artigos de blog, não posto vídeos no youtube, não produzo um podcast, nem estou escrevendo um livro”
Esse processo não é só para “criadores de conteúdo”, expressar nossas ideias acontece em todos os ambientes, seja em relacionamentos ou no trabalho.
Existem milhares de possibilidades de como podemos fazer todo esse processo de uma maneira significativa para nós mesmos e para aqueles ao redor.
Alguns exemplos de como já fazemos isso no dia a dia:
Criamos guias para ensinar outras pessoas a realizarem uma tarefa
Sumarizamos os pontos mais importantes na reunião da escola de nossos filhos para compartilhar com outros pais
Escolhemos fotos de nossas melhores memórias para dar de presente para nossos parceiros
Ouvimos histórias de nossos avós para preservá-las e passarmos para nossos filhos
Aplicar o que aprendemos em projetos tangíveis nos ajudam a reforçar o que aprendemos e ainda podemos receber feedback e incorporar essas críticas para fazer o que fazemos ainda melhor.
Esse texto é um exemplo de como eu apliquei todo esse sistema. Dessa vez não tem um link para o texto original, porque são tantas fontes diferentes e tantos recursos que foi mais simples criar uma nova linha de raciocínio.
Se você quer entender mais a fundo sobre o assunto, que tal dar uma chance para esse sistema começando por aqui? Esse é o link do blog do Tiago Forte, criador do Segundo Cérebro.
O que você achou desse conteúdo?💡