Guia Prático de Agilidade
Agilidade não é sobre velocidade, é sobre adaptabilidade! Uma empresa rápida pode não estar atenta nas mudanças do cenário da empresa e ficar para trás da competição.
MP;RA
(versão brasileira do TL;DR, too long didn’t read, Mó Preguiça, Resume Aí)
Estrutura é necessário, mas precisa ser intencional, estrutura demais engessa a empresa e pouca ou nenhuma estrutura não garante progresso.
Agilidade acima de qualquer coisa é uma mentalide para garantir adaptação e velocidade de execução para a sua empresa.
Os frameworks e metodologias em si são maneiras de colocar agilidade na prática!
Enquanto o Scrum é uma das metodologias mais comuns, podemos perceber que os princípios podem ser adaptados para situações específicas, então não é necessário se prender a nenhuma metodologia, seja ela Scrum, Kanban, XP, SAFe ou qualquer outra.
De maneira mais prática, o que queremos criar ao implementar agilidade é:
Definir metas compartilhadas, concordando na direção que a empresa está tomando.
Um sistema para ajudar a comunicar bloqueios e para ajudar uns aos outros. (Daily Scrum).
Um sistema para incentivar os times a definirem suas próprias metas e prazos (Planejamento do Sprint).
Um sistema de transparência para dar visibilidade ao trabalho feito e para se adaptar e melhorar os processos (Revisão do Sprint).
Uma cultura aberta de colaboração e feedback para que todos entendam que o feedback e as revisões são processos para melhorar a performance individual e da empresa inteira. (Retrospectiva da Sprint).
Não se prenda nas metodologias, tente adotar a cultura da agilidade e dos testes, mudar nunca é fácil, mas quando sua empresa consegue se adaptar nenhum problema fica grande demais para resolver.
PS: Mesmo com a certificação de Scrum Master, acredito que toda empresa é diferente e a metodologia precisa de adaptações para cada situação!
Esse conteúdo foi inspirado no post original em inglês do Bootcamp!
Em uma maratona, podemos disparar nos primeiros quilômetros e ficar sem energia para terminar a corrida, ou podemos ir mais devagar e chegar até o fim.
Já cansou dessa analogia do sprint né? Por mais que ela já esteja ficando banalizada ela é um exemplo perfeito de que nosso foco deve ser o foco e não a velocidade.
Isso se aplica em praticamente qualquer coisa, pode ser nosso novo hábito de correr ou como lidamos com o trabalho. Se queremos completar um projeto ou ficar melhor em alguma habilidade, o caminho sustentável é o que vai garantir sucesso no longo prazo.
Se quiser entrar mais nesse assunto, Slow Growth é um tema que você pode gostar!
A maior vantagem de “ir devagar” é que podemos mudar de direção no meio do caminho e é aí que entra a agilidade.
Agilidade não é sobre velocidade, é sobre adaptabilidade!
Se adotamos uma meta e corremos o mais rápido possível para alcançá-la, podemos deixar alguma oportunidade passar despercebida uma vez que estamos adotando uma postura fixa.
Em um exemplo mais prático, um projeto que usa a metodologia waterfall passa por essas etapas: iniciação, análise, design, construção, teste e por fim o lançamento.
Em outras palavras, tem começo, meio e fim.
Nesse caso se algum erro acontece no processo, só vamos conseguir resolvê-lo depois do lançamento.
O contraste da postura fixa é uma postura ágil, as metodologias mais comuns são Scrum, Kanban, Safe, XP, Lean e por aí vai.
Em poucas palavras a agilidade é uma abordagem para gestão de projetos ou produtos que foca em entregar valor para o usuário de forma rápida. Ao invés de pensar em grandes lançamentos e melhorias, as metodologias ágeis trabalham com pequenos incrementos constantes.
Toda a ideia da agilidade é praticamente como resolver um problema complexo por partes (Jack, o Estripador ficaria orgulhoso).
Qual é o foco da agilidade?
Existe um documento chamado Manifesto Ágil que mostra os principais valores das abordagens ágeis:
Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas
Estamos entregando valor para uma pessoa ou empresa, nossa interação com essas pessoas pelo produto deve ser a prioridade, os processos e ferramentas que usamos devem ser facilitadores, não algo que gere mais burocracia e que dificulta parte do processo.
Software em funcionamento mais que documentação abrangente
De que adianta ter um plano lindo, redondinho, se o produto não funciona? Feito é melhor do que perfeito e se tem algum problema ou bug, corremos atrás para arrumá-los, mas um produto funcionando é melhor do que um plano.
Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
O objetivo de qualquer empresa é entregar valor para seus clientes, se colaboramos com eles o produto tem o potencial de se tornar cada vez melhor, uma vez que estamos realmente ouvindo quem usa o produto.
Responder a mudanças mais que seguir um plano
Em contraste com os modelos fixos como o waterfall, seguir o plano é menos importante do que se adapatar no meio do processo, adaptação rápida é a maior vantagem em qualquer ambiente competitivo.
Que empresas podem usar agilidade?
A resposta curta é: todas. Independente da metodologia, do tamanho da empresa ou da equipe, a agilidade é um jeito de encarar seus projetos.
Ao contrário da crença comum de que a agilidade precisa de estrutura para ser aplicada, quanto menor for a nossa equipe, mais fácil é de se implementar essa mentalidade.
Para empresas de menor porte e startups em estágio inicial a agilidade tem ainda mais valor já que a proposta da agilidade é criar valor.
Dividimos um produto final em etapas, desenvolvemos ou construímos essas etapas em partes e enquanto realizamos esses incrementos já vamos coletando feedback durante o processo.
Ao dividir um projeto maior em etapas e coletar feedback no processo, conseguimos coletar informações que podem mudar funcionalidades, melhorar o produto e até mesmo nos dar insumos o suficiente para pivotarmos a ideia da empresa.
Para ideias e empresas em processo de validação, agilidade nas mudanças pode ser o fator que decide se sua empresa vai sobreviver.
5 passos para aplicar os princípios da agilidade na sua empresa!
#1: Não existe fórmula de sucesso, muito menos soluções rápidas e milagrosas
A gente pode entrar em cada uma das metodologias Scrum, Kanban, XP, mas a realidade é que pouco importa o nome ou a metodologia específica se não mudarmos nossa postura.
A agilidade não é uma fórmula que vai resolver todos os seus problemas, ela é uma ferramenta para facilitar o processo.
Ao invés de usar um template pronto, cada empresa e projeto vive em uma situação diferente e é você que vai precisar ajustar os processos para resolver seus problemas específicos (ninguém disse que ia ser fácil).
O processo mais difícil de adotar a agilidade é convencer o tipo de pessoa que pensa “vamos continuar fazendo o que já deu certo”.
Agilidade é adotar uma cultura de testes e adaptações rápidas, quem não se encaixa nessa cultura geralmente tende a engessar os processos e microgerenciar as equipes.
Em um cenário de uma empresa mais estruturada, um obstáculo pode ser um profissional em cargos de Scrum Master ou gerência que faz microgestão, esses são ótimos exemplo do que não se fazer.
Se a proposta que quer para a sua empresa é ter velocidade, traga pessoas que você confia para que elas tenham autonomia necessária para resolver problemas de maneira rápida!
Spoiler, as empresas realmente inovadoras estão cheias de pessoas que testam coisas novas e erram muitas vezes.
#2: Tenha propósito em cada reunião. Menos reportes e atualizações de progresso, mais levantamento de problemas e colaboração
O que resume essa etapa é priorize a execução.
Conforme sua empresa cresce e começa a definir processos, sempre tome cuidado que a linha entre um processo para executar com consistência e uma burocracia desnecessária é tênue.
As reuniões matinais estão parecendo mais um momento para verificar se todos estão trabalhando? Corte esse ritual ou mude o jeito de realizá-lo.
#3: Foco & revisões periódicas
Dividimos o projeto em partes para priozar em etapas, priorização cria foco e foco cria produtividade.
Em etapas menores, é possível fazer mais rodadas de feedback e revisões do processo, para cada vez mais otimizar a produção.
O caos faz parte de uma startup em etapa inicial, a gente sabe muito bem como é, então as sprints servem como uma estrutura para garantir que a equipe está se aproximando do próximo objetivo, seja ele o desenvolvimento de uma funcionalidade ou a venda de mais produtos.
No Scrum, os sprints são eventos de duração de um mês nos quais a equipe se foca em desenvolver um incremento no produto, gerando valor para o usuário.
O ponto para aplicar em qualquer empresa é: estrutura é necessária para garantir a evolução do produto, essa mesma estrutura precisa ser mínima para não criar mais obstáculos e para garantir o poder de adaptação.
Melhorias pequenas são desenvolvidas de maneira mais rápida e com feedback elas podem ser adaptadas de acordo com as necessidades dos usuários.
#4: Times com autonomia para decidir metas e prazos. Metas ≠ Tarefas
Para planejar os sprints, ter tarefas planejadas não significa que a empresa tenha uma meta.
Em times orientados por tarefas, quando prazos são definidos para um número específico de tarefas, significa que há pouco espaço para adaptação e pouca autonomia nas equipes.
Esse tipo de situação geralmente acontece quando as decisões vem das posições mais altas na empresa (top down).
Um ótimo indicativo do motivo dessas empresas terem uma perda alta de colaboradores!
Quando a empresa é orientada por metas, os times são reunidos para definir as metas e elas mesmas definem a quantidade de trabalho que é possível de ser feito em um sprint.
Nessas situações pode parecer que os times trabalham de uma maneira “mais devagar“ já que não tem uma diretoria pressionando um número maior de tarefas.
Porém em ambientes com certo grau de incerteza, os sprints garantem que o trabalho vai ser realizado e que nada será “desperdiçado“ por causa de mudanças no cenário da empresa ou por pivotar a empresa.
Como é impossível prever o cenário futuro, as equipes com potencial de adaptação são mais sustentáveis no longo prazo.
Essas equipes orientadas por metas são mais propensas a tomar iniciativa para criar novas tarefas para alcançar as metas mesmo se o cenário mudar.
Se o ambiente da sua empresa é previsível e claro, provavelmente ele não vai se beneficiar de agilidade.
Quase nenhum ambiente é assim, mas uma postura conservadora de gestão vai dizer que é.
#5 Cultura de aprendizagem e de feedback aberto
Ao invés de pensar no sistema perfeito para a sua empresa no estado atual, vale pensar em um sistema que possa ser adaptado com mudanças, independente se algum membro da equipe sair ou entrar essa cultura deve permanecer forte.
Além de fazer revisões das sprints, é importante fazer uma revisão do próprio processo de sprints, se não estiver funcionando, mude!
É por isso que não focamos em uma metodologia específica, quando mais nos prendemos em uma metodologia, menos flexíveis ficamos para nos adaptar para mudanças.
Encare essas situações como revisões de processo e performance, feedbacks servem para melhorar, seja para profissionais individuais, times e para equipe inteira.
Os princípios de transparência e comunicação são essenciais para que os feedbacks sejam encarados como um incentivo para gerar melhorias!
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